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terça-feira, julho 30, 2013

Ecos de Proença






 crónicas de um bibliotecário-ambulante
Bibliotecas – Zeladoras de passados e produtoras de amanhãs
O património imaterial assemelha-se a um puzzle interminável, onde a aparente e inexistente ligação entre as peças contribui para a identificação de um povo, comunidade e nação.
A frase batida, dita vezes sem conta, de que um povo sem memória é um povo sem história e sem futuro, renova-se todos dias e todos os dias são dias para renovar o compromisso de recuperar, estudar e difundir essas memórias colectivas.
As bibliotecas podem e são com certeza intervenientes por excelência nesta missão. Não apenas porque está contemplado nas mais diversas directrizes orientadoras (IFLA/UNESCO), mas principalmente porque as bibliotecas são locais de encontro, partilha e difusão de informação e/ou conhecimento.
O património imaterial é isso precisamente: partilha e encontro de memórias, saberes e tradições que fazem no seu todo a identidade de uma povo /comunidade.
A proximidade, a periodicidade e afectividade com que as bibliotecas baseiam ou deveriam basear as relações com os seus frequentadores, são campo fértil para a recolha directa dessa memória colectiva.
O projecto Ecos de Proença teve a sua génese na partilha e recolha de diversos aspectos da cultura popular desta comunidade servida pela BiblioMóvel (biblioteca itinerante de Proença-a-Nova). Aquilo que no início era apenas pedaços desgarrados, colhidos aqui e acolá e tratados pelo bibliotecário responsável, foi crescendo em quantidade e qualidade.
Apresentado ao Gabinete de Imagem e Comunicação do Município de Proença-a-Nova, esta amálgama de palavras e imagens sentidas e vividas, ganhou consistência e foi lançada na rede social , como um projecto que pretende envolver a memória das memórias de uma comunidade: Proença-a-Nova.
O maior trunfo do projecto está nos contributos enviados pela comunidade. Espicaçar as memórias veio revolver velhos baús e limpar de pó álbuns de fotografias esquecidos numa qualquer prateleira ou caixa, debaixo de uma cama.
Embora o material fotográfico esteja em maioria, apelamos também para a recolha de histórias de vida, tradições ancestrais, costumes passados e tantas vezes esquecidos.
As novas tecnologias colocaram ao nosso dispor tecnologia de som e imagem, democratizando o seu manuseamento e utilização.
Durante este mês de presença nas redes sociais, o interesse tem vindo aumentar e as contribuições chegam a bom ritmo.
Mas mais importante que isso, tem sido esse desvelar de memórias longínquas mas ao alcance do coração.
Este património imaterial vive e sobrevive pois é nele que se pode e deve inventar o amanhã.

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