sexta-feira, junho 29, 2007

"...leva este e depois troca com a vizinha!"

regresso

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Padrão - Lameira de Ordem - Palhota - Monte Fundeiro

quinta-feira, junho 28, 2007

quarta-feira, junho 27, 2007

sexta-feira, junho 22, 2007

"olhe aqui para fazer chá"

páginas

carregamento


limpidez

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Cunqueiros - Fórneas

quarta-feira, junho 20, 2007

odor de s.joão

horizonte azul

sossego

perspectiva

esperança

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Alvito da Beira - Sobarinho dos Gaios

segunda-feira, junho 18, 2007

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Agua Fluida
As conversas são como rios que flúem livres de obstáculos, a nossa simples presença é motivo para questionar a evolução do tempo, cronológico e meteorológico, o estado da politica nacional, mas principalmente local, as estratégias, as opções, as escolhas e as obras públicas camarárias, enfim todas são escalpelizadas ao mais ínfimo pormenor.
O interesse suscitado pelo lado da barricada em que me situo, sobretudo em tempo de decisões eleitorais, condiciona por vezes a minha aproximação. Sem fugir às questões, procuro responder sempre, de forma a evitar o corte imediato do diálogo, o que porventura ameaçaria a minha principal tarefa: estabelecer laços de proximidade e confiança, no sentido do incentivar e aconselhar uma qualquer leitura.
Nestes interessantes diálogos, conseguem-se retirar grandes e importantes ensinamentos de vida. Por vezes, vivemos demasiado obcecados com a nossa vivência moderna e urbana e esquecemo-nos das trivialidades que atravessam o quotidiano destas gentes, marcadas pelo isolamento geográfico e social.
A chegada da Bibliomóvel, apesar de ser uma gota neste vasto oceano, tem contribuído para o esbater deste afastamento, através dos seus recursos bibliográficos e humanos, antídotos contra a solidão de que padece a grande parte das populações, maioritariamente idosas, deste concelho.
É com grande satisfação que, aos poucos, começam a ser colhidos os frutos desta relação entre a Bibliomóvel e as populações, o aumento significativo dos empréstimos domiciliários dos mais variados recursos bibliográficos e não só, bem como o aumento considerável do número de novos cartões de utilizadores revela por si o sucesso deste serviço público.
Aliada a tudo isto e não menos importante, está a construção de sólidas relações de proximidade e amizade, que fortalecidas ao longo de um ano, se mostraram muito enriquecedoras do ponto de vista pessoal.
Criaram-se amizades não de sempre mas, de certeza, para sempre.

O Papalagui

quinta-feira, junho 14, 2007

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Dias de Chuva
Num dia atípico de Maio, inicio o meu percurso, olho para um céu carregado de nuvens prontas a despejar o seu conteúdo e penso:
- “ Talvez se aguente até ao fim do dia!”
A estrada começa. Na passagem da charneca para a montanha, o desígnio natural dita as suas regras e, contrariando as minhas previsões, começa a cair, primeiro umas poucas, depois algumas mais, até se instalar um “chuveirinho” forte e constante que não mostra sinais de abrandamento.
Na primeira paragem do dia, fruto das condições meteorológicas, apenas as “bordadeiras” e ”cozinheiras” aparecem. Lançam-se sobre as últimas revistas recebidas em busca de possíveis novos esquemas, modelos, aromas e sabores que possam dar algum alento a seu dia-a-dia, regido pelas agruras próprias do trabalho camponês:
- “Coisas mai lindas que vossemecê aqui trás…!”
-“ Sim são lindas e saborosas!”
- “ É pena é este tempo!”
- “ Deixe lá enquanto chove, não precisamos de regar e temos mais tempo para aqui vir.”
-“ Realmente há males que vêm por bem!”
Chega a minha hora, tenho de partir. Pelas faldas da serra sigo o meu caminho, sempre com a chuva como companheira até à próxima paragem. O meu habitual parceiro está a minha espera, estaciono, ligo o veículo à rede global e, logo ali, inicia a sua viagem pelo mundo do desporto mundial.
O barulho de um autocarro lembra-me da chegada dos miúdos das escolas que, no regresso aos seus lares depois de um dia a ouvir, ou a fazer que ouvem, os seus mestres de escola, têm aqui um momento de descontracção extra, quer seja na escolha de um livro ou filme para o serão, quer seja na busca do seus limites através da condução desportiva de um qualquer veículo em velocidades furiosas, no ecrã do computador.
Aproxima-se o fim de mais um dia, o barulho de um rodado de metal no asfalto, entrecortado por chamamentos algo raivosos, chama a minha atenção para o exterior da carrinha:
-“Ahh velhaco anda, anda meu ganda velhaco...!”
Uma velha carroça puxada por um grande boi castanho ornamentado por um ostensivo par de chifres, que desafiam toda a lógica aerodinâmica do movimento.
-“Belo animal que tem aí!”
-“É verdade, é belo mas quando não quer andar… não anda mesmo.”
-“ Anda velhaco anda!...”
-“ Sabe lá em casa sempre me lembra de haver bois, por isso arranjei este também!”
-“ Os tractores são mais caros, e não conseguem lavrar as minhas terras, porque elas estão em sítios muito maus de se lá chegar.”.
Uma bela imagem para findar o dia: para completar o ramalhete, os raios de sol começam a despontar por entre as nuvens escuras dando à paisagem uma beleza própria.
Início a viagem de regresso, descendo novamente até à charneca sempre com o sol a aquecer-me o rosto e a alma.

O Papalagui

sexta-feira, junho 08, 2007



Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante

Aventuras de Caça

A tarde corria quente e lenta e o barulho do motor abafava o som das cigarras ao longo do percurso. No sitio de sempre, os habituais, sentados no local do costume, esperam…. e esperam….!
Ao longe, descortinam o barulho de um motor que lhes trás as boas novas, a companhia, as conversas banais e triviais, as cores e as formas coloridas, os sabores requintados e tradicionais.
- “ O senhor hoje atrasou-se…!”
- “Peço desculpa…! Na paragem anterior houve mais movimento do que o habitual!”
-“Ah..! tá desculpado! Então o que é trás de novo?...”
Num plano mais afastado, uma figura diferente do grupo habitual sentada numa pedra, enrola um cigarro com a maestria de um profissional de longa data. A aproximação é feita com o cuidado exigido, a saudação sai tímida, deixo no seu regaço revistas de caça e dirijo-me à plateia dos habituais. As conversas, essas vão fluindo, fruto da confiança adquirida. Desvelam-se segredos e confissões do quotidiano de jornas longas de trabalho árduo e preocupações mundanas.
A mudança de registo musical (um “fadinho” cai sempre bem) é aproveitada pelo novo elemento para se juntar ao grupo, senta-se no banco de cimento quente e, de imediato, a língua destrava-se ao mesmo tempo que folheia avidamente aquelas páginas cheias de coelhos, lebres, cães e armas.
-“Rica lebre. Aqui havia muitas...! Muitas mesmo!”
-“Olhe tive uma cadela parecida com esta, ela era melhor caçadora, que muitos que por aí andam!”
-“O senhor ainda caça?”
-“ Não as pernas e os olhos já não me deixam, mas se tivesse essa cadela, ainda lá ia!”
-“Sabe nem era preciso levar arma, ela era tão boa que apanhava coelhos com a boca, quando eles existiam…! Agora tá tudo morto, a malina levou tudo a eito.”
-“Olhe essa cadela levou um tiro de uns gajos, fui eu que a curei, não foi preciso médico nem nada, não ficou como era mas ainda assim era a melhor das redondezas e arredores!”
-“ Ena pá veja só esta perdiz…e este coelho!”
-“A cadela ainda durou mais uns tempos…Mas um dia fui dar com ela morta…Eu desconfio que ma mataram.”
-“Foi como perder um filho, o que eu gostava daquela cadela…! Foi como perder um filho…”
A jornada foi decorrendo ao som da Amália e de histórias de caça e caçadores, entre cigarros enrolados consecutivamente e fumados de forma sequiosa por este novo membro que, com certeza, se tornará visita habitual.

O Papalagui

sexta-feira, junho 01, 2007

fardos

"as tuas abelhas não trabalham assim como essas!"


"já so vejo as gordas...!"

Crónicas de um Bibliotecário-Ambulante
Padrão - Lameira de Ordem - Palhota - Monte Fundeiro