Crónicas de uma gota de água
Sempre em nome da missão de transportar cultura a uma terra e gentes que nada pedem para além daquilo que se sentem no seu direito de possuir e tantas vezes se sentem ludibriadas nas suas mais que justificadas expectativas.
Expectativas essas que vão muito além do trivial acesso eficaz e eficiente a cuidados de saúde, uma boa rede viária que permita deslocações de uma forma rápida e confortável mas que ultimamente apenas tem servido para esvaziar mais rapidamente esta terras de gente em busca de um justo sustento para a gestão familiar do dia-a-dia.
Por várias ocasiões interpelamo-nos sobre se realmente a Bibliomóvel faz ou não a diferença, no meio de toda esta incerteza em relação a um futuro que tem todas as condições para ser luminoso, assim se apercebam não só os “Senhores da Caneta”, com as suas politicas e acções mas igualmente as gentes desta terra que tanto tem para dar e que muitos teimam em menosprezar, mas que possui no seu intimo, por vezes tão longínquo, não a solução para todos os seus problemas, mas os recursos naturais, patrimoniais e sentimentais que podem e muito contribuir para ultrapassar estas contrariedades.
A sensação de gota de água num oceano que sentimos diariamente nas nossas andanças, leva-nos a persistir e insistir na importância da Bibliomóvel, pois uma gota de água pode fazer toda a diferença. Ao juntar-se a outras gotas de água transforma-se num ribeiro que irá dar a um rio que por sua vez irá desaguar a um oceano. Mesmo aqui o seu percurso continuará pois as marés e as correntes podem levar longe, muito longe esta gota de água.
Assim esperamos que esta gota de água, que orgulhosamente representamos possa um dia regressar, completando o seu ciclo e contribuindo para um crescimento que ser quer harmonioso, o que significa desenvolvimento não só para esta terra como para as gentes que a povoam.
O Papalagui